Caso atípico da Vaca Louca está sendo investigado e pode se desenvolver espontaneamente em animais mais velhos, alertam especialistas

Um caso atípico da doença da vaca louca no município de Marabá, no Pará, está sendo investigado e trouxe à tona a importância do monitoramento da enfermidade no Brasil. Embora não represente riscos à saúde pública, a doença é fatal para os bovinos e pode trazer prejuízos ao setor agropecuário.

A doença da vaca louca, também conhecida como encefalopatia espongiforme bovina, é gerada por uma proteína infecciosa chamada príon. Essa proteína já está presente naturalmente no cérebro de diversos mamíferos, incluindo o ser humano, mas pode se tornar patogênica ao adotar uma forma anormal e se multiplicar excessivamente.

Os sintomas da doença se manifestam como uma degeneração do sistema nervoso, levando a alterações comportamentais e neurológicas nos bovinos. Os animais podem apresentar nervosismo, apreensão, medo, ranger de dentes, hipersensibilidade ao som, luz e toque, além de dificuldade para andar.

O príon doente mata os neurônios, deixando buracos brancos no local, semelhantes a uma esponja. — Foto: Reprodução / Globo Rural

A doença pode ser adquirida de duas formas principais: a contaminação por meio do consumo de rações feitas com proteína animal contaminada, como farinha de carne e ossos de outras espécies, o que é proibido no Brasil, e a forma atípica da vaca louca, quando a doença se desenvolve de forma espontânea no animal, sem ser por meio da alimentação..Quanto mais velho o animal, maior a probabilidade dele desenvolver a doença.

Caso um animal seja diagnosticado com a doença, ele deve ser abatido e incinerado para evitar que se torne alimento para outra espécie. Não há indícios de que um bovino transmita a doença para outro, mas o criador deve informar o serviço oficial de defesa sanitária.

A doença da vaca louca não tem tratamento ou vacina. A melhor prevenção é o uso apenas de rações autorizadas e a realização de um monitoramento constante por parte das autoridades sanitárias.

Embora a forma atípica da doença não traga riscos à saúde pública, é importante manter a vigilância para prevenir a disseminação da doença no rebanho e garantir a segurança alimentar da população. Por isso, é fundamental que os produtores rurais sigam as normas de segurança alimentar e informem as autoridades sanitárias em caso de suspeita da doença.