No próximo dia 28, comemora-se o Dia Nacional da Caatinga. Um estudo inédito, conduzido por uma equipe de pesquisadores do Observatório da Dinâmica de Carbono e Água na Caatinga — integrado por diversas instituições acadêmicas — revelou que a Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, desempenha um papel crucial no combate às mudanças climáticas. Os pesquisadores comprovaram que, mesmo diante das adversidades do semiárido, a vegetação local atua como um eficiente sumidouro de carbono, absorvendo grandes quantidades de CO₂, especialmente durante o período chuvoso. A eficiência da Caatinga na conversão de carbono em biomassa supera até mesmo a de ecossistemas como a Amazônia.
Essa descoberta reforça a importância da Caatinga não só para o Brasil, mas para o equilíbrio climático global. O bioma se destaca como uma solução natural para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o que reforça a urgência de políticas públicas voltadas à sua conservação e restauração. A pesquisa também destaca o valor estratégico do bioma na agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), principalmente no combate à desertificação e na preservação da biodiversidade.
Além do impacto ambiental, os resultados têm implicações diretas para a população do semiárido. A conservação da Caatinga pode impulsionar a produtividade agrícola, combater a degradação do solo e melhorar a qualidade de vida das comunidades locais. O estudo posiciona a Caatinga como um modelo de resistência climática e uma inspiração para a restauração de ecossistemas em todo o mundo.O Instituto Terra e Trabalho (ITT) possui o projeto Caatinga+Sustentável, voltado para o semiárido e desenvolvido para 10 municípios da região. A iniciativa tem como objetivo a recuperação de pastagens degradadas por meio de Sistemas Agroflorestais (SAFs), que integram árvores, arbustos e cultivos agrícolas. Essa prática contribui para a melhoria do solo, a conservação da água, o aumento da biodiversidade e a geração de renda para as comunidades. O projeto também fortalece a qualidade de vida dos produtores rurais e povos tradicionais, promovendo a conservação dos recursos naturais e a segurança alimentar, e mostrando que é possível conciliar proteção ambiental com inclusão socioeconômica.