CRÉDITO RURAL MAIS JUSTO: Pesquisa mostra obstáculo para pequenos agricultores Brasileiros

Segundo uma pesquisa realizada pelo Climate Policy Initiative/Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CPI/PUC-Rio), a distribuição de crédito rural no Brasil favorece os grandes produtores em detrimento dos agricultores familiares.

De acordo com a pesquisa, apenas 15% dos agricultores familiares no Brasil têm acesso ao crédito rural oficial, um percentual semelhante ao da agricultura empresarial. O programa de financiamento agrícola destinado à agricultura familiar, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), é liberado de maneira desigual, limitada e tende a estimular a produção de grãos.

A pesquisa também constatou que o acesso ao crédito rural está concentrado em determinadas regiões do país, agravando as disparidades sociais no campo e beneficiando os agricultores de maior escala, em detrimento dos pequenos. Por exemplo, na região Sul, 29% dos agricultores familiares obtêm financiamento, enquanto no Norte, esse percentual é de apenas 9%.

O estudo se baseou em dados de desembolsos do Pronaf no período de 2013 a 2022 e os relacionou com informações do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de 2017. Os contratos de financiamento do Pronaf na região Sul têm um valor médio por hectare de R$ 1,4 mil, 18 vezes maior do que na região Norte, que tem um valor de R$ 83 por hectare, no ano de 2016. Durante esse período, a maior parte dos recursos no Sul foi destinada ao custeio, enquanto o Nordeste liderou o acesso a investimentos nos últimos dez anos.

A pesquisa destaca a necessidade de políticas públicas e inciciativas eficazes que dão acesso ao crédito rural, com o objetivo de apoiar de maneira mais igualitária tanto os pequenos agricultores quanto os grandes produtores, promovendo um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável da agricultura no Brasil.

Com Informações Globo Rural