O desperdício de alimentos e a fome tem sido uma pauta frequente nos últimos anos, sendo alvo de esforços de conscientização por organizações globais. Nesse contexto, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estabeleceu, em 2019, o Dia Internacional de Conscientização sobre a Perda e o Desperdício de Alimentos, celebrado nesta sexta feira, dia 29 de setembro.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realiza iniciativas para combater o desperdício desde o cultivo até a chegada do alimento ao consumidor. Um dos enfoques está nos recursos genéticos, os quais desempenham um papel crucial na redução das perdas pós-colheita.
Esses recursos abrangem uma vasta gama de material genético vegetal e animal, possibilitando a criação de novas variedades de cultivos e raças de gado. Ao desenvolver variedades de culturas mais resistentes a doenças e adaptadas a diferentes condições ambientais, é possível minimizar as perdas nas colheitas e aprimorar a eficiência global da produção de alimentos.
Segundo um estudo da Embrapa, recomenda-se que os municípios tenham equipes técnicas capacitadas e multidisciplinares para gerir políticas públicas alimentares e que a governança dessas políticas envolva diversos setores, a gestão da qualidade, participação de diferentes setores, visão sistêmica e governança democrática são fatores-chave para ampliar a capacidade de as cidades reduzirem a fome e o desperdício de alimentos por meio de sistemas sustentáveis. O estudo identificou o sucesso de iniciativas como varejo social de alimentos e o uso de resíduos de alimentos para compostagem ou produção de biogás reduzindo a geração de resíduos, dando um novo uso ao que sobra de feiras livres e mercados. Também enfatiza a importância de uma visão sistêmica para avaliar interações desde o campo até a mesa, incentivando a produção local sustentável e estabelecendo indicadores de resultado para os programas implementados.
As Boas Práticas Agrícolas, estabelecidas pela Portaria Mapa Nº 337/2021, são outra estratégia para reduzir o desperdício. Elas compreendem princípios, normas e recomendações técnicas aplicadas em diversas etapas, desde a produção até o transporte de produtos vegetais, com o objetivo de garantir alimentos seguros. Essas práticas contribuem para melhorar o sistema e reduzir as contaminações e perdas na cadeia primária de produção.
O Plano Brasil Sem Fome, engloba ações, programas e metas propostas pelos 24 ministérios que compõem a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan). O plano é estruturado em três eixos: acesso à renda, redução da pobreza e promoção da cidadania; alimentação adequada e saudável, produção ao consumo; e mobilização para o combate à fome. A redução do desperdício de alimentos é uma das metas inseridas nesse contexto.
fonte: Embrapa e Gov.br